terça-feira, 27 de maio de 2014

O PSICOPATA: TSUTOMU MIYAZAKI

Tsutomu Miyazaki (Foto Removida)

Miyazaki Tsutomu: 'o assassino de ninfas', 'o otaku assassino', 'o assassino de menina pequena', 'o monstro de Saitama', 'drácula'. Nascido em 1962 na província de Tokyo, em uma família economicamente estável e muito conhecida na região.

I. Biografia

Seus pais eram bastante ocupados, e por isso ele passava a maior parte do tempo com seu avô e um outro rapaz que havia sido contratado especialmente para cuidar dele, Tsutomu nasceu prematuramente, o que acarretou um problema em seu braço esquerdo. Ele não conseguia mover seu pulso e virar a palma da mão para cima. Em decorrência da mão deformada, era obrigado a mover todo o antebraço para conseguir virá-la. Por ser uma doença rara (na época havia cerca de apenas 150 casos no Japão) os médicos se desencorajaram a operar seu punho, pois as probabilidades de cura eram pouquíssimas, então seus pais decidiram submetê-lo a tal procedimento só depois de completar a maioridade.

Até o ensino fundamental, tirava notas muito altas e era visto como um aluno exemplar pelos professores, mas entre os alunos era ridicularizado devido a deformidade e seu gosto por animais selvagens, chegando a ser chamado de "Kaijyuu Hakase" (algo como "Professor das Feras"). Era muito competitivo e quando perdia pra alguém, passava noites lendo livros táticos e bolando esquemas para uma revanche, conseguindo depois a vitória, Tsutomu amava ler livros de mangá. Seus colegas de classe o descreviam como uma pessoa fechada e sem grande importância na sala, por ser sempre quieto e pouco entrosado. Ele pretendia estudar e posteriormente lecionar inglês em uma universidade local mas teve seu pedido de admissão recusado devido as notas baixas que tirou no colegial.

Pouco antes de começar a cometer seus crimes, Tsutomu passou a colecionar fitas de vídeo em sua casa, embora raramente chegasse a assisti-las. Dentre elas, havia alguns snuff films famosos como 'Guinea Pig'.

II. Os Crimes

Tsutomu aparentava ser um empregado comum de uma gráfica, em suas horas vagas, ele selecionava aleatoriamente suas vítimas, geralmente meninas, entre quatro e sete anos de idade, fez quatro vítimas, todas nas regiões de Tokyo e Saitama:

22/08/1988 - Raptou uma garota de quatro anos e a matou estrangulada. No dia seguinte, quando seu corpo já enrijecia gradativamente, ele alugou uma câmera e se gravou enquanto tocava a menina. Em seu julgamento, ao ser indagado o motivo de ele não ter se contentado apenas com fotografias ao invés de gravar o ato, ele respondeu coisas sem grande sentido, tais como 'em 3D era muito mais emocionante de se assistir' e 'senti saudades de minha infância de repente'.

03/10/1988 - Desta vez, sua vítima foi uma estudante de sete anos de idade. Ele a sequestrou e matou estrangulada, mas enquanto tentava molestá-la, a garotinha reagiu minimamente se movendo. Assustado por pensar que ela já estava morta, Tsutomu fugiu. Perguntado sobre o quê ele sentiu no momento, Tsutomu disse apenas que teve a sensação de que estava se arriscando de uma maneira incrível.

09/12/1988 - Raptou e matou outra menina de quatro anos. Seu corpo foi descartado em uma floresta assim como as duas primeiras crianças (provavelmente pelo mau cheiro, já que a garota havia defecado nas próprias vestes) e encontrado seis dias depois sem roupas. No dia 20 do mesmo mês o criminoso viu o pai da vítima na televisão, ele dizia que mesmo morta, estava aliviado por ter encontrado o corpo da filha.

06/06/1989 - A quarta vítima, além de sequestrada e morta, teve um dedo decepado, frito em molho shoyu e devorado pelo assassino, que posteriormente bebeu seu sangue. Dias depois seu corpo foi encontrado em pedaços.

23/07/1989 - Chega a sequestrar uma garota e levá-la para um local isolado, despindo-a. Mas, no momento em que se preparava para filmá-la, acaba sendo impedido pelo pai da menina que o seguiu, sendo preso por assédio sexual.

III. Arrependimento?/ As cartas.

Apesar de toda sua insanidade, Tsutomu tentou devolver os dois primeiros corpos para suas devidas famílias, mas não conseguiu encontrar o cadáver de sua segunda vítima. Este só foi encontrado onze meses após o crime, em uma floresta local.

Já a primeira menina teve seus restos mortais encontrados treze meses depois, mas antes disso fotos com pedaços de sua roupa e ossos carbonizados foram encontrados dentro de uma caixa de papelão deixada na varanda da família. Dentro, além das fotos, havia uma carta com um anagrama que teve várias interpretações. Não se sabendo qual era a verdadeira, outra carta com um anagrama foi enviada também para a casa da terceira vítima. Após ser decifrado, ele revelou a mensagem 'que pena que não possa ser ressuscitada'.



Além disso, ele também praticava uma espécie de ritual de ressurreição macabro em seu apartamento, usando velas, roupas pretas e bonecas de palha simbolizando as vítimas, à cada assassinato que cometia.

Tsutomu enviou para um dos jornais mais populares do país uma carta intitulada 'o texto da voz criminosa" (que também chegou à casa da família da primeira vítima no dia seguinte), usando o nome fictício 'Imano Yuuko' (nome de uma personagem de mangá). Na carta ele fala diretamente com a família, explicando como sequestrou a menina e o que pensava em cada momento que a vigiava. No dia 6 de março de 1989 a família anunciou que faria um enterro formal para a menina, cinco dias depois mais uma carta intitulada de 'o texto de confissão' foi enviada para o jornal e para os pais da vítima. Nela o assassino agradecia a família por enterrar a menina e citava outro crime, cometido em 1987, na província de Gunma. Não se sabe até hoje se há alguma real ligação entre Tsutomu e esse crime, pois existem tanto provas que o impossibilitariam de cometê-lo como semelhanças entre os assassinatos.

IV. Investigações e Prisão.

Todas as famílias das vítimas do psicopata, eram incomodadas por telefonemas que tocava a cada 20 minutos, e quando atendiam, a pessoa do outro lado presumivelmente Tsutomu não dizia nada. As famílias também eram incomodadas por cartas estranhas, estas coisas era algo em comum entre as famílias, e facilitou bastante nas investigações da polícia local.

Em 26 de Julho de 1989 foi quando a casa caiu para Tsutomu. Ele atacou uma menina de 5 anos, de uma escola primária no parque, bem perto de sua casa. Ao atacar, ele tentou inserir uma lente de zoom na vagina da criança, mas foi atacado pelo avô da menina. Em seguida figou a pé, e depois retornou para pegar seu carro que deixou no local, e foi preso pela polícia.

V. Julgamento e Relatos Psicológicos.

Tsutomu foi julgado e confessou 4 assassinatos, e disse que não se sentia confortável em atacar mulheres e optava por crianças, ele também praticou necrofilia. A polícia foi até a sua residencia encontrar provas, e encontrou uma coleção de mais de 5.763 fitas de vídeo VHS contendo animes e filmes de terror, e várias fotos das vítimas. Das 5.763 fitas havia uma com um vídeo de 5 minutos, e nela mostrava a mutilação de uma de suas vítimas.

Era um fã de filmes de terror, os principais da sua coleção eram os primeiros 5 filmes de 'Guinea Pig', teria usado o segundo filme da série que é intitulado de 'Flor de Carne e Sangue', como uma inspiração para um de seus assassinatos.

Em seu julgamento ele se manteve muito calmo, ao confessar e relatar os seus crimes. Bem diferente de quando foi capturado. O pai de Tsutomu que tinha recusado a pagar a defesa de seu filho, cometeu suicídio em 1994. Logo depois Tsutomu foi sentenciado á morte, e foi executado por enforcamento em 17 de Junho de 2008.

Psicólogos concluíram que Tsutomu ficou 'aprisionado' em sua infância por ter passado muito tempo só. De fato, ele não chega a ser taxado como pedófilo pois não chegou a violentar nenhuma de suas vítimas, embora tenha tocado cada uma intimamente. Diz-se também que seu comportamento condiz em muitas partes com a de uma criança, pois quando ficava irritado com algo, usava de violência, assim como uma criança faz. Por ser um adulto, isso acarretava em matar suas vítimas, ao invés de apenas reprimi-las. Ainda, afirma-se que ele via uma espécie de referência de si mesmo em cada uma das meninas que assassinou, pois todas se encontravam sozinhas, numa imagem solitária no momento da abordagem.

Por: Jolis Barbosa

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